Adriana Megias, 30 anos é bacharel em direito, policial penal do estado de Roraima a 7 anos.
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Policial Penal Adriana Megias |
Desde
o início da carreira, Adriana notou que as mulheres estavam sempre nos
bastidores, nas áreas administrativas e burocráticas.
Sempre
desejou atuar na área operacional, pois sempre se sentiu atraída.
Percebia uma resistência e até descrédito por parte dos companheiros e
também em não haver investimento nem incentivo por parte dos gestores em
inserir as mulheres nesse meio predominantemente masculino.
O
tempo foi passando e Adriana persistia em seu propósito. Arregaçou as
mangas e saiu batendo nas portas e pedindo que alguém olhasse pelas
mulheres, que dessem voz e espaço para elas.
Anos se passaram, nada mudava. Foi então que ela iniciou a busca por ela mesma, pois acreditava que ela deveria ser a mudança.
Nossa guerreira roraimense fez alguns cursos relacionados, porém o divisor de
água em sua vida foi quando ela se formou na DPOE - Diretoria
Penitenciária de Operações Especiais do Distrito Federal. Curso
extremamente elevado, onde geralmente somente os homens realizam o
curso.
Adriana foi a primeira mulher do estado de Roraima a se formar no DPOE.
Quando
retornou, ela trabalhava na sede e tinha um cargo de chefia. Pediu para
sair, pois queria trabalhar no grupo tático do seu estado
Ela
relata que todos riram. Acharam uma loucura. Mas Adriana se sentia na
obrigação de levar esse sonho para frente e para o maior número de
mulheres de Roraima, fazer algo pelo sistema e mostrar que as mulheres
podem e que são capazes tanto quanto um homem.
Integrou ao grupo tático por um período.
Largou todas as vantagens de um cargo de chefia para trabalhar em uma cadeia extremamente lotada.
Relato em vídeo da nossa guerreira Adriana Megias
Foi convidada a assumir o cargo de chefe de segurança, o qual passou alguns meses exercendo o cargo e hoje ela está como diretora dessa Unidade Prisional. Desta forma, Adriana se viu com mais voz de poder interceder pelas mulheres.
"Antes minha voz só era ouvida pelos plantonistas e chefes que não podiam ajudar muito. Hoje tenho mais acesso e posso falar a mais pessoas, meu apelo vai mais longe. E em menos de uma semana na gestão, logo coloquei o meu sonho em ação: um curso exclusivo para mulheres" (relata Adriana).
O coordenador da Força de Intervenção Penitenciária - FTIP com seus instrutotes altamente capacitados e que estão no estado de Roraima abraçaram a causa e se dispuseram em ajudar estas mulheres não cobrando nada pelos seus ensinamentos.
A unidade prisional cedeu os
armamentos para o curso e as munições foram disponibilizadas pela
Secretaria de Justiça e Cidadania -SEJUC.
Adriana é um exemplo para o sistema prisional brasileiro, principalmente no que diz respeito
as mulheres policiais penais. Este sonho só foi possível porque ela não
desistiu, tapou seus ouvidos para todos que diziam que ela jamais
conseguiria e que seu sonho não era para ela, simplesmente por ela ser
mulher.
Não podemos ficar escondidas nos bastidores. Precisamos de um posicionamento. Se faz necessário sermos protagonistas da nossa própria história, sem receios, sem medo de correr atrás do que se acredita.
Mulheres que não se reconhecem como sujeitos políticos, não lutam pelas causas das mulheres em geral. Por isso precisamos urgentemente empoderar e conscientizar o público feminino quanto ao seu espaço como indivíduo, independente de gênero.
Você pode! Você consegue!
E não existe nada que te possa fazer parar, a não ser você mesma!