Vídeo: Em Minas Gerais garota de 9 anos sonha em ser Agente Penitenciária - Policial Penal.

Momento de reflexão para nós agentes - Policiais Penais. Há uma necessidade de rever nossos conceitos, condutas e a forma de tratar as pessoas.

Evelin Rosa, uma garota de apenas 9 anos, sonha em ser agente penitenciária. A menina, mandou uma carta para o Papai Noel, e teve o sonho realizado. Ela passou o dia, com os profissionais no presídio de Varginha.

Assista o vídeo da entrevista com Evelin Rosa

Na carta ela pede ao papai noel para conhecer o batalhão das Policias (Agentes Penitenciários). Pois aos dois anos de idade, ela ia até a penitenciária visitar o seu pai (detento) e sempre foi muito bem recebida. Os Agentes nunca deixavam ela ficar no sol e sempre ajudava quando ela precisava de alguma coisa. Que ela acha a profissão muito bonita assim também como as roupas (fardas) dos agentes. E por todas essas coisas o seu sonho quando crescer é ser Agente.

No momento da entrevista, sirenes foram ouvidas ao longe. Neste momento a menina se emociona e chora.

Eram os Policiais Penais com viaturas da Unidade Prisional indo visitar a admiradora mirim e futura colega de trabalho.

Uma das policias penais levou para ela uma farda igual a corporação do Estado. Pediu para que ela vestisse e assim foram para o Presidio de Varginha para passar o dia como Agente Policial Penal Mirim.

Viaturas que foram buscar a garota em sua casa para passar o dia na Penitenciária

No presídio ela foi recepcionada com festa pelos agentes - Policiais Penais. Ela também pôde visitar algumas salas e ouviu um coral de detentos que cantou exclusivamente para ela.

Coral de detentos

Evelin sentada na cadeira do diretor do Presídio.

GENTILEZA, RESPEITO E EMPATIA GERA ADMIRAÇÃO

Ao assistir essa emocionante matéria, não somente para nós que fazemos parte do sistema prisional, mas também para essa garotinha, observa -se que a admiração e o "querer" ser Agente Penitenciária - Policial Penal, partiu de vários fatores. 

Fatores estes que foram cruciais e marcaram a vida dessa garota de apenas 9 anos. Vejamos:

1º a forma com que era tratada pelos agentes quando ia visitar o pai dela;

2º ela acha a profissão muito bonita;

3º como também a farda dos agentes é muito bonita.

Lutamos por valorização e respeito pela profissão. 
Buscamos da sociedade admiração, porém qual imagem estamos passando para estas pessoas?

A empatia pode ser descrita como: tentativa de sentir o que sente a outra pessoa em uma determinada situação, ou seja, tentar compreender os sentimentos e emoções do outro. É livrar-se dos seus julgamentos, histórias e experiências pessoais e compreender o outro como ele é. 

É ser capaz de enxergar o outro pelos olhos e ponto de vista dele e não a partir do seu próprio.

Nós como agentes, Policiais Penais, temos essa conduta muita das vezes de estarmos sempre sérios e focados em nosso trabalho. 

Tudo e todos para nós é suspeito. Principalmente em dias de visitas (finais de semana) nossa atenção é redobrada e muitas das vezes tridobrada. observamos tudo o que se passa a nossa volta dentro da Unidade Prisional com muita atenção e frieza. Até mesmo condutas de bandidos, "colegas de trabalho" infiltrados entre nós para cometer algum delito: levar celular para dentro da cadeia, drogas e outros.

Sabemos que a qualquer momento, um vacilo que seja, uma falta de atenção, o que está em aparente normalidade, pode de repente virar uma grande confusão.

Porém, é importante também saber separar algumas coisas que tem feito que pareçamos pessoas carrascas, violentas, sem-educação, e pessoas autoritárias de forma demasiada.

Convivemos sim, com todo tipo de pessoas: pessoas cruéis, sanguinárias, pessoas que não respeitam leis e regras, algumas que por algum momento de vacilo na vida, acabou caindo em uma prisão. Autoridades e pessoas da lei: como juízes, advogados, oficiais de justiça. Pessoas religiosas e é claro os familiares daqueles que estão detidos, privados de sua liberdade.

E são nestes momentos que devemos nos policiar na forma do tratamento destas pessoas. Devemos sair do "automático", parar e pensar: "Agora eu não estou falando com o(a) detento(a), minha conduta, meu tom de voz e minhas ações devem ser diferenciadas".

Enquanto não nos desprendermos destes pequenos detalhes, seremos sempre vistos de forma negativa.

Precisamos extirpar do nosso meio a famosa "Síndrome de Gabriela": (Eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim Gabriela).

Acredito em uma nova geração de policiais penais que mudará todo o rumo dessa história cheia de humilhações e derrotas.

Temos que ensinar para os que estão chegando que a categoria precisa de pessoas que lutam, pessoas corajosas, pessoas que façam a diferença e que vistam a camisa, não somente na forma literal.

Basta de ser retratada em novelas, minisséries e filmes como uma mulher gorda, desleixada, que vive bêbada, mal arrumada, mascando chicletes como se estivesse mascando capim. Porque é assim que a mídia nos retrata.

As delegadas e policiais militares são retratadas como mulheres muito bem vestidas, cabelo muito bem arrumado, tipo como os homens falam: "de parar o quarteirão".

Assim como também vemos os agentes homens sendo retratados com total desleixo. As vezes não dá nem pra distinguir quem é o guarda e quem é o preso.

Precisamos urgentemente rever todos esses nossos conceitos, não somente a maneira de nos vestir, higiene pessoal, cabelo, barba, roupa limpa, alguém apresentável. Como também nosso comportamento.

Nossas  ações estão sendo "monitoradas" constantemente, até mesmo por uma criança. 

Dirigir bêbado, xingar alguém no trânsito, bater na mulher, maltratar animais, furar filas, etc. Todos esses fatores que para alguns são "normais", para nós NÃO SERÃO! 

Não pode ser normal.

Teremos que nos policiar e muito, pois se você "falhar", cometer alguma "gafe", lembre-se que você estará levando uma categoria inteira à vergonha e a lama.

Que tenhamos consciência de todas essas coisas e comecemos a mudar o mais breve possível. 

Parabéns aos nossos irmãos e irmãs de farda do Estado de Minas Gerais pelo belo presente que vocês puderam dar a essa garota. 

Pela conduta, irrepreensível, pelo fardamento que o estado lhes proporcionam, que diga-se de passagem, é muito bonito. Nos passa a imagem de uma Instituição idônea, séria, que valoriza e pensam na segurança dos seus funcionários.

Parabéns à direção do presídio de Varginha e a Secretaria de Administração Penitenciária  de Minas Gerais.

Evelin Rosa, obrigada por nos fazer enxergar esses pequenos detalhes que muitas das vezes nos esquecemos do poder que temos de influenciar pessoas, seja para o bem ou para o mal. 

Passaremos a nos policiar a cada dia mais e certamente, iremos rever nossos conceitos e condutas.

Não deixe de estudar, corra atrás dos seus sonhos. 

E para um futuro próximo, estaremos esperando por você para fazer parte da Polícia Penal Brasileira.

#ForçaEhonra

Um abraço de todas nós: 

Guerreiras no Sistema Prisional - Polícia Penal

Fonte:
Alterosa Alerta
https://www.youtube.com/watch?v=meDteqz_TEc